Prezados amigos forenses,
segue abaixo uma pequena tradução do resumo do livro - ações comuns, lucros
incomuns - de Philip Fisher, o segundo Mestre de Buffet, que o influenciou
enormemente em procurar a qualidade de um negócio. O livro aparentemente
parece fora do alcance do investidor devido citar visitas freqüentes a
empresas. Mas deve-se lembrar que 90% do trabalho de Fisher era feito antes
das visitas.
Um abraço e boa leitura SER-
$: INTRODUÇÃO
Por Kenneth L.
Fisher (Filho de Philip Fisher)
Ken Fisher conta que seu pai o ensinou o “ofício”
de investir. Ele diz que “existe uma diferença muito grande entre tocar
piano (um ofício) e compor (uma arte)” De fato as práticas de investimento
de Ken - sua arte - se desviaram das preferências de seu pai – as ações de
crescimento; Ken prefere investimentos voltados para o valor, mas, os
processos utilizados por Ken para encontrar investimentos são ainda
fundamentados nos princípios de seu pai: nos “rumores” e nos “quinze
pontos”. Ken dirige hoje uma grande firma de investimentos empregando
estes mesmos princípios. Ele continua acreditando nas idéias de seu pai
sobre baixa diversificação, que vieram a influenciar também Warren
Buffet.
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$: PREFÁCIO
Philip Fisher foi
para Stanford em 1928 aonde começou a trabalhar como analista. Ele iniciou
sua própria firma, a Fisher & Co. em 1931. Depois de alguns anos neste
trabalho decidiu escrever seu próprio livro. “Analisando meu próprio resultado
e o de outros, dois pontos exerceram grande influência para que nosso livro
fosse escrito. O primeiro, que eu não canso de repetir, é que se alguém
deseja realmente auferir grandes lucros com seus investimentos é necessário
que tenha paciência. Poderíamos dizer isto de outra forma: é muito
mais fácil prever o que vai acontecer com o preço de uma ação do que saber
quando tempo isto levará para ocorrer. O outro é a natureza ilusória do
mercado acionário. Fazer, naquele momento, a mesma coisa que as outras
pessoas estão fazendo e, pior ainda, com pressa é, normalmente, a pior
coisa que um investidor pode fazer”.
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1: PISTAS DO PASSADO
Fisher sintetiza seu passado no seguinte
parágrafo, “Um estudo como este mostra que a maior recompensa vem para
aqueles que, por sorte ou bom senso, encontram companhias especificas que
conseguem crescer em vendas e lucros muito mais do que a indústria como um
todo. Isto significa que, quando acreditamos que tenhamos encontrado uma
companhia como essa, é melhor que fiquemos com ela por um grande período.
Acreditamos que este tipo de companhia não precisa, necessariamente, ser
nova ou pequena. Independente do tamanho, o que realmente conta é a
administração possuir ambas: a determinação de continuar crescendo e a
habilidade de conseguir executar seus planos... Para nós, fica evidente
que, uma das características inerentes a esse tipo de empresa é que a
administração não deixa que o planejamento de longo-prazo atrapalhe na
supervisão constante das tarefas do dia-a-dia, razão esta que as torna,
normalmente, superiores“.
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2: SCUTTLEBUTT – O QUE OS RUMORES PODEM
FAZER
O dicionário Merriam-Webster define “scuttlebutt”
como:
1: a) Um tanque no casco do Navio que contém água potável para o dia-a-dia,
b) um bebedouro em um navio ou instalação marítima.
2 : RUMORES E BOATOS .
Fisher faz uso desta segunda definição aqui no
Capítulo 2. “É impressionante como se pode pintar um quadro bem preciso dos
pontos de força e fraqueza de uma companhia apenas com o cruzamento de opiniões
daqueles que, de uma forma ou de outra, estão preocupados com ela”. Ele
escreve três folhas sobre “scuttlebutt” aqui, Fisher afirma que o conceito
será mais detalhado durante a leitura.
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3: O QUE COMPRAR. OS QUINZE PONTOS.
Abaixo você vai encontrar “Os quinze
pontos para se procurar em ações”, O Famoso “checklist” de Fisher para
investidores com pendores para pesquisa.
- A
companhia possui produtos e serviços com potencial de mercado para um bom
crescimento de vendas, pelo menos nos próximos anos?
- A
administração tem a determinação de continuar a desenvolver produtos
ou processos que irão aumentar as vendas quando o potencial de
crescimento dos produtos atuais tiver se esgotado?
- Qual
é o esforço da companhia em pesquisa e desenvolvimento, comparados com
o seu tamanho?
- A
companhia tem uma estrutura de vendas acima da média?
- A
companhia tem uma boa margem de lucro?
- O
que a companhia tem feito para melhorar a sua margem de lucros?
- A
companhia tem uma excelente política de relacionamentos de pessoal e
trabalho?
- A
companhia tem uma excelente política de executivos?
- A
companhia vai a fundo na sua administração?
- A
companhia tem uma boa análise de custos e controle de gastos?
- Existem
outros aspectos do negócio, peculiares ao seu ramo, que irão fornecer
ao investidor pistas importantes sobre a excelência da companhia em
relação a seus concorrentes?
- A
companhia possui uma visão de curto ou longo-prazo em relação aos
lucros?
- No
futuro, é provável que o crescimento da companhia necessitará da
emissão de mais ações para financiar o negócio, de maneira que um
grande número de ações irá anular o benefício dos acionistas que se
anteciparam a esse crescimento?
- A
companhia fala abertamente a seus investidores quando o negócio vai
bem, mas se cala quando ocorrem problemas e desapontamentos?
15.
A companhia possui uma administração de
integridade inquestionável?
Uma explanação sobre os quinze pontos foi feito
pelo grupo Motley Fool e pode ser encontrado traduzido aqui
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4: EMPREGUE DE ACORDO COM AS SUAS
NECESSIDADES
“O investidor típico tem acesso a uma
grande parcela de meias verdades, concepções mal formadas e um pouco de
todo tipo de besteira que vem sendo acumulando a anos sobre o que seria um
investimento de sucesso. O público acha que só um gênio poderia conseguir
retornos superiores aos do mercado.
Fisher não concorda com este raciocínio. “O grande caçador de
barganhas, com um excepcional pendor estatístico, termina apenas com uma
parte do lucro daqueles que possuem apenas uma inteligência razoável para
conseguir avaliar as características inerentes de um negócio administrado
soberbamente em empresas de crescimento,” Ele explica posteriormente o seu
ponto de vista sobre o conhecimento: “Mesmo entre aqueles que são
conhecidos como autoridades em investimento, existem muitas discordâncias
nos princípios básicos, razão pela
qual é impossível crias escolas para formar investidores profissionais…”
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5: QUANDO COMPRAR
Ao contrário de Buffet, Fisher procura por
companhias “que terão um crescimento espetacular em lucro por
ação”.(Buffett está preocupado com um belo e consistente retorno sobre o
Patrimônio Líquido) Buffett e Fisher concordam que é perda de tempo ficar
tentando prever o que vai acontecer com a economia. Fisher escreve, “Eu
acredito que o tradicional método de empregar o ”timing” para compra de
ações é realmente tão idiota quanto parece. Este método tenta organizar uma
quantidade de dados econômicos enormes... Eu acredito que aqueles
economistas que se especializaram em prever as tendências do Mercado, são
hoje a mesma coisa que os alquimistas foram em relação à química durante a
Idade Média”. Fisher prefere comprar companhias acima da média quando seus
lucros estão temporariamente deprimidos e, por conseqüência, seus preços.
Isso pode ter ocorrido em função do lançamento de um novo produto ou o
desenvolvimento de um novo processo. “Ao invés de tentar ficando
adivinhar o que a economia ou o mercado de ações irá fazer, ele prefere
julgar, com pequena margem de erro, o que a companhia que ele está querendo
comprar fará em relação ao mercado como um todo”.
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6: QUANDO VENDER
Fisher é muito claro sobre quando vender.
“Eu acredito que existem três, e apenas três razões, para se vender ações
que foram selecionadas de acordo com os processos já discutidos
anteriormente”. Elas são:
1.)
Quando descobrirmos que incorremos
em erro;
2.)
Quando a ação não se enquadrar mais
nos 15 pontos e;
3.)
Se um outro negócio extremamente
atraente aparecer e necessitarmos vender estes papéis para financiar o novo
investimento.
Curiosamente, um caso contado corriqueiramente por Buffet
parece ter se originado neste capítulo. Ele fala sobre a possibilidade de
investirmos num colega de faculdade. Ele descreve a possibilidade de
comprarmos hoje um percentual dos lucros futuros de um colega de classe. O objetivo era mostrar que deveríamos
escolher pessoas não apenas baseado em sua capacidade intelectual, mas,
também baseado nas suas características pessoais. Fisher explica como seria
idiota vender um contrato baseado nos lucros futuros de seu colega de
classe mais promissor para comprar um outro, em cima de um colega de turma
com menor probabilidade de ganhar dinheiro, somente porquê alguém se
ofereceu para comprar o seu contrato por um preço maior.
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7: A ALGAZARRA SOBRE DIVIDENDOS
Fisher alerta para ficarmos atentos em
duas ocasiões em que os lucros ficarem retidos e não forem pagos sob forma
de dividendos. O primeiro é quando executivos acumulam pilhas de dinheiro
em nome da segurança da empresa. O segundo é quando a “administração
padrão” consegue apenas retornos abaixo da média no capital já investido no
negócio, e ainda assim, retém mais lucros apenas para aumentar a
ineficiência das operações.
Fisher acredita que “a regularidade e a
dependência” são as características mais importantes dos dividendos.
Ele ilustra seu pensamento com uma parábola que Buffet costuma citar
freqüentemente. “Talvez seja possível criar um paralelo entre a política de
pagamento de dividendos e a política de abertura de um restaurante. Um bom
empreendedor do ramo de restaurantes pode construir um negócio esplêndido
colocando preços altos em ambientes de luxo. Pode também abrir um negócio
sensacional em um lugar agradável vendendo a melhor comida possível ao
menor preço. Ou, ainda, pode fazer sucesso com a cozinha Húngara, Chinesa
ou Italiana. Cada um destes restaurantes irá atrair um tipo específico de
clientes. As pessoas irão a estes restaurantes esperando encontrar um
determinado tipo de comida. Mas, mesmo com toda habilidade, o proprietário
não conseguirá cativar uma clientela se um dia servir comidas caras, no
outro comidas baratas, e depois, sem aviso prévio, passar a servir comidas
exóticas. As companhias que ficam mudando suas políticas de dividendos se
tornam ineficazes em atrair um público cativo de acionistas. Suas ações não
serão as melhores para investir-se no longo-prazo.”
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8: CINCO COISAS QUE O INVESTIDOR NÃO DEVE
FAZER
“1. Nunca compre uma empresa que está
começando.”
” Quando uma empresa está entrando na Bolsa…tudo que um investidor poderá
fazer é olhar para o papel e supor quais serão os seus problemas e os
pontos fortes que ela virá a ter.”
Existem oportunidades espetaculares entre as companhias já
estabelecidas na Bolsa de forma que os investidores individuais devem ter
como regra nunca comprar as companhias iniciantes.”Fisher quer ver a
firma com pelo menos um ano de lucros e três na bolsa antes de começar a
investir”.
“2.
Não ignore um papel somente porquê ele não está sendo vendido ‘no balcão’
“.(NT: mercado principal)
“3.
Não compre uma ação somente porquê você gostou do ‘tom do seu relatório
anual’”.
”O relatório anual deve refletir algo mais do que a simples habilidade do
departamento de relações públicas em criar uma impressão positiva da
empresa na cabeça do público”.
”4.
Não acredite que um preço alto em relação aos lucros de um papel seja,
necessariamente, uma indicação de que os lucros futuros foram descontados
naquele preço.” ”…Porquê um papel
não poderá estar cotado pelo dobro do P/L das ações de menor qualidade daqui
a cinco anos, da mesma forma como sua cotação hoje é o dobro da de cinco
anos atrás?”
”5.
Não se estresse com centavos.”
”Se um papel parece ser o papel certo e o preço é razoavelmente atrativo ao
nível que está cotado, compre-o com uma ordem ‘ao Mercado’ ”
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9: MAIS CINCO COISAS QUE O INVESTIDOR NÃO
DEVE FAZER
Devido aos recentes ataques terroristas e
as perspectivas atuais de conflito, nós resolvemos nos ater ao ponto dois
deste capítulo.
“2.
Não tenha medo de comprar na iminência de uma guerra.”
”Ao final de uma Guerra de verdade, não importa de ela foi a Primeira,
a Segunda Guerra Mundial ou a
Guerra da Coréia,a maioria das ações estavam sendo vendidas a preços muito
superiores aos que elas estavam no período anterior, quando não havia qualquer
possibilidade de conflito. Além do mais, pelo menos 10 vezes durante os
últimos vinte e dois anos, houveram notícias de que grandes crises
internacionais terminariam em guerra. Em todas estas ocasiões, as ações
caíram fortemente e subiram rapidamente depois do perigo ter passado.”
”Uma guerra é sempre baixista em termos de dinheiro. Vender um papel na
perspectiva do início de um período de hostilidades apenas para ficar
líquido é uma tremenda burrice financeira. O que deve ser feito é
justamente o contrário. Se um investidor tinha acabado de decidir pela
compra de um papel em particular, e a chegada do temor da guerra fez com
que este papel despencasse, o investidor deve ignorar a psicologia do medo
e definitivamente começar a comprar“.
Os outros quatro pontos:
1. Não exagere na diversificação. (um excesso de diversificação é
sinal que você não conhece direito seus papéis)
2. Não se esqueça de seu Gilbert e Sullivan. (cuidado com as
estatísticas do que ocorreu no passado ex: lucros, preços, etc. O que
importa é mirar no futuro)
3. Não se esqueça de considerar o tempo e o preço quando comprar uma
ação de crescimento.
4. Não siga a multidão.
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10: COMO EU ENCONTRO UMA AÇÃO DE
CRESCIMENTO
“Possivelmente um
quinto de minhas pesquisas vem de idéias de amigos da indústria e quatro
quintos, que eu acredito que virão a ser as escolhas mais atrativas, de um
pequeno número de investidores bastante capazes. Estas decisões são na
verdade um julgamento rápido de quais companhias merecerão uma investigação
mais profunda e quais deverão ser descartadas. Depois de uma pequena
procura na CVM, eu começo a procurar por rumores que me dêem indícios de
como estas companhias se sairão no meu teste dos 15 pontos. Com essa análise,
eu começo a descartar várias possibilidades de investimento. Algumas,
simplesmente porque não se encaixam nos meus padrões, outras porquê eu não
consigo achar evidências que me convençam. Apenas em casos excepcionais,
quando eu tenho uma grande quantidade de dados favoráveis, é que sigo em
frente, para o passo seguinte, que é contatar a administração. Somente
depois de me encontrar com a administração, caso eu consiga confirmar
claramente as minhas ’expectativas’, e muitos dos meus temores tiverem sido
esclarecidos por respostas sensatas, é que me sentirei confortável para
dizer que tenho alguma chance de ser recompensado pelo meu esforço“.
Fisher afirma que só acabará investindo em um
papel a cada duzentos e cinqüenta que tinha considerado inicialmente. Somente
uma a cada duas visitas e meia resultarão na compra da ação —Isto revela
que a maior parte do seu trabalho é feita antes da visita.
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11: SUMÁRIO E CONCLUSÃO
O capítulo 11 encerra a primeira parte do
livro de Fisher; este capítulo e os capítulos que o antecederam formaram um
livro dentro do livro. “Este livro teve como objetivo tentar mostrar quais
são os princípios básicos sobre investimentos em ações, que tipos de ações
comprar, quando comprar e, mais particularmente, nunca vender –enquanto a
companhia que se encontra por trás da ação mantiver suas características de
empresa de sucesso incomum”.
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II.: INTRODUÇÃO
A parte dois deste titulo é chamado “Investidores
conservadores dormem bem.” Fisher começa definindo dois termos:
“1. Um Investimento Conservador é
aquele que visa conservar o poder de compra a um mínimo de risco.
2. Investir conservadoramente
é entender o que isso significa e depois, no que diz respeito
especificamente ao investimento, seguir um procedimento de conduta que irá
determinar se os veículos escolhidos como investimento são, de fato,
conservadores.”
Nos meados de 1974, época em que foi escrito o
livro, Fisher observou que o moral do investidor estava mais baixo do que
nunca, desde a grande depressão. Conseqüentemente, existia “uma
oportunidade magnífica para aqueles que naquele momento possuíam habilidade
e disciplina para pensar por si próprio e agir independentemente das
emoções populares”.
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II. 1: A PRIMEIRA DIMENSÃO DE UM INVESTIMENTO CONSERVADOR
“Uma companhia que se qualificar bem na
primeira dimensão de um investimento conservador deve ser uma fabricante ou
prestadora de serviços, com baixos custos em relação ao seu setor e
que possua excelentes habilidades nas áreas de marketing e financeira
e que lide bem com os complexos problemas administrativos conseguindo
resultados acima da média com o uso de sua capacidade de pesquisa ou
tecnológica. Em um mundo em que as mudanças estão ocorrendo a uma
velocidade cada vez mais rápida, é:
(1)
A companhia capaz de desenvolver um fluxo
de novos produtos lucrativos ou linhas de produção que irão superar,
com folga, as linhas anteriores que porventura tenham ficado obsoletas
ou as inovações tecnológicas de concorrentes;
(2)
A companhia que seja capaz, agora e no futuro, de constituir
linhas de produtos a um custo suficientemente baixo que farão com
que os lucros cresçam na mesma velocidade que as vendas, até mesmo
nos anos mais recessivos do mercado, de forma a não comprometer a segurança
do investimento no negócio e;
(3) A companhia que
seja capaz de comercializar seus novos produtos e aqueles que ainda
desenvolverá no futuro, com pelo menos a mesma lucratividade daqueles
que ela produz hoje”.
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II. 2: A SEGUNDA DIMENSÃO
O fator humano
A Segunda dimensão é a mais importante no aspecto
qualitativo de um bom investimento: O fator humano. ”Aqui está uma mostra
do coração da segunda dimensão de um investimento verdadeiramente
conservador: a existência de um chefe executivo da empresa (CEO) dedicado
ao crescimento no longo-prazo e que tenha autoridade e saiba também
delega-la a uma equipe de pessoas extremamente competentes que ocupam
várias divisões e funções dentro da companhia”.
Fisher alerta contra a criação de “estrelas”
dentro da organização e dá uma dica para verificarmos se existe equilíbrio
no balanceamento do investimento “Se o salário do número-um da empresa é
muito maior que o dos próximos dois ou três, uma bandeira vermelha deverá
ser içada”.
Fisher
encerra a segunda dimensão com três pontos chaves:
”1. A companhia deve reconhecer que o mundo ao seu redor está em
constante modificação a uma velocidade cada vez maior.” A Dow Chemical
pode ser vista como exemplo.
”2. A empresa deverá desenvolver esforços contínuos e conscientes, baseado
em fatos, não em propagandas, para que
seus empregados de todos os níveis, dos mais baixos escalões até a
diretoria, sintam que a sua companhia é um bom lugar para se trabalhar.”
Neste ponto a Texas Instruments pode servir como exemplo.
”3. A administração deve querer submeter-se a disciplina necessária
para um grande crescimento.”
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II. 3: A TERCEIRA DIMENSÃO
As características de investimento de
alguns negócios
A terceira dimensão de Fisher fala sobre “a existência
de algumas características, inerentes a natureza do negócio, que tornam
bastante provável uma lucratividade acima da média, assim que fazemos uma
projeção para o futuro”. A idéia de lucratividade de Fisher coincidem com
as preocupações de Buffet a respeito da inflação e que devem tê-lo
influenciado neste aspecto. “Uma companhia que tem suas vendas anuais
equivalentes a três vezes seus ativos pode ter uma margem de lucros menor,
mas fazem bem mais dinheiro do que aquela que necessita empregar um dólar
de ativos para cada dólar de vendas”. (NT: Conceito de ROA - Return on
Assets)
Fisher prefere os líderes industriais em seus
setores aos segundo ou terceiro colocados. “Nós temos notado que, mesmo com
muitos anos de tentativas, a Westinghouse não conseguiu ultrapassar a
General Electric, a Montgomery Ward não passou a Sears, e a IBM, uma vez
que conquistou a sua liderança na área de computadores, a despeito dos
grandes esforços despendidos pelas maiores companhias do país incluindo a
General Electric, não foram capazes de desbancar a sua superioridade no
Mercado”.
Em
resumo, além da liderança, uma companhia necessita excelentes
fundamentos para ser considerada um verdadeiro investimento
conservador.
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II. 4 : A QUARTA DIMENSÃO
O Preço de um investimento
Conservador
Fisher afirma que muitas fortunas foram feitas
porquê alguns investidores se recusaram a vender suas posições em papéis
que subiam rapidamente. Se uma companhia é de alta qualidade então
vender, quase a qualquer preço, é uma grande besteira, dada à dificuldade
de se encontrar outros investimento de alta qualidade. O que você iria
fazer com o dinheiro da venda?
“Toda alteração significativa de preço de
um papel em relação ao mercado ocorre devido à mudança de percepção
da comunidade financeira sobre aquela determinada companhia”, descreve
Fisher. Ele alerta sobre as oscilações dessas avaliações, enfatizando que
elas não são fotografias da verdadeira performance da companhia, mas
apenas opiniões, muitas vezes erradas, da mente de seres humanos. Mentes
estas que tem a tendência de seguir o comportamento uma das outras.
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II. 5 : MAIS SOBRE A QUARTA DIMENSÃO
Para demonstrar o oba-oba comum aos
analistas, Fisher toma como exemplo a Indústria Química nas décadas de 50 a
70. Na década de 50 a maior preocupação da Indústria Química era enriquecer
com os maravilhosos produtos sintéticos tais como o DDT e o nylon. Na
década de 60 elas pareciam ser produtoras de commodities com as mesmas
características das siderúrgicas. Depois, na década de 70, por qualquer
outra razão, as ações do setor químico tornaram-se caras novamente.
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II. 6 : AINDA MAIS SOBRE A QUARTA DIMENSÃO
“A Quarta dimensão das ações pode ser
resumida da seguinte maneira: O preço de uma determinada ação, a um determinado
momento, é ditado pela avaliação que a comunidade financeira faz daquela
companhia em particular, do setor em que ela se encontra e, de
certa forma, do nível geral de preços do Mercado. Determinar se o
preço de um papel é muito, meio, ou pouco atrativo é saber quanto esta
avaliação feita pelo mercado se desvia da realidade. Estimar quanto o
nível geral de preços do Mercado financeiro influenciará no quadro como um
todo, depende de sabermos estimar corretamente as mudanças que ocorrerão
nos fatores puramente financeiros, dos quais, as taxas de juros são,
de longe, as mais importantes”.
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III. 1: AS ORIGENS DA FILOSOFIA
-- A parte III é chamada “Desenvolvendo uma filosofia de investimento”-
Este capítulo descreve as experiências bem
sucedidas de Fisher e como ele forjou sua filosofia de investimento com o
passar dos anos. Seu interesse por investimentos aflorou durante a sua
alfabetização quando ouviu seu tio explicando pela primeira vez para sua
mãe como funcionava a Bolsa de Valores. Quinze anos depois ele completou
seu primeiro ano em Stanford e foi trabalhar para um banco “escrevendo”
relatórios sobre as companhias que estavam pagando altos juros sobre
dívidas ao Banco (Ele observa que não estava realmente escrevendo os
relatórios, pois o procedimento padrão era parafrasear tudo que estava no
Moody’s.) Encorajado por um chefe que o ajudava, Fisher começou a
entrevistar a alta administração dessas companhias que estavam em debito
com o banco e incorporar seus questionamentos nesses relatórios.
Fisher criou seu primeiro princípio fazendo essas
diligências, “A simples leitura dos demonstrativos financeiros de uma
companhia nunca será uma justificativa suficiente para iniciar um
investimento”.
Fisher começou a perder dinheiro naquela época.
Ele não estava sozinho: era 1929. Outro principio foi aprendido – “O que
realmente conta para saber se um papel está caro ou barato não é seu
preço em relação aos lucros atuais, mas conseguir estimar qual será
seu índice daqui a alguns anos” - após concluir mais um trabalho para
outras pessoas, Fisher resolveu abrir a sua própria firma. Em 1933 ele
obteve um lucro de apenas $29 (enquanto o aluguel era de $25), mas logo
cedo (em 1935), suas práticas demonstraram-se “extremamente rentáveis”.
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III. 2 : APRENDENDO COM A EXPERIÊNCIA
Fisher começa
recontando sua intriga com a Food Machinery Corporation; a companhia
começou a chamar a atenção de Fisher em 1928. A Food Machinery Corporation
era o resultado da fusão de três firmas de máquinas agrícolas. O negócio atraia
Fisher por três razões essenciais: Ela a maior firma do mundo em seu setor,
começou a operar sozinha em alguns nichos de Mercado, e usufruía os frutos
de um “departamento de engenharia extremamente criativo”. Além de possuir
vantagens em seus negócios Fisher admirava e confiava na sua administração.
Houve uma explosão de IPOs (Oferta
Pública Inicial) em 1928, incluindo a
Food Machinery Corporation. “Acreditava-se que a Food Machinery
seria apenas mais um ‘embuste’ quer era vendido ao público na alta de uma
orgia especulativa… Era possível comprar ações como estas aos montes a
preços ridiculamente baixos depois da grande queda”. E foi exatamente isto
que Fisher fez para seus clientes. Infelizmente Fisher não escreveu sobre o
sucesso deste investimento neste capítulo. Ele também promulga mais um
princípio, chamado, a regra dos três anos “Eu estabeleço o que eu
chamo de regra dos três anos. Eu tenho repetido cansativamente aos meus
clientes que, quando eu compro alguma coisa, eles não devem julgar o sucesso
da operação em um mês ou um ano. Mas permitir-me um período de três anos”.
Fisher quebrou esta regra uma vez, quando vendeu a Rogers Corporation na
metade de 1970.
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III. 3 : A FILOSOFIA AMADURECE
As raízes empreendedoras de Fisher
afloraram quando ele serviu na Força Aérea por três anos consecutivos, a
partir de 1942. Suas comissões em alguns postos davam a ele ocasionalmente
tempo suficiente para que pudesse arquitetar seu retorno ao mundo dos
investimentos. Ao retornar ele decidiu primeiramente investigar a Indústria
Química, porquê estava convencido do seu potencial de crescimento em um
período pós-guerra. Suas pesquisas culminaram em 1947 quando ele decidiu
investir na Dow Chemical. A Dow chamava a atenção de Fisher pelos esforços
que desenvolvia para se tornar uma fabricante de baixos custos em todos os
campos de mercado em que atuava e, também, pela sua ênfase no “Fator
Humano”. Quando Fisher perguntou ao presidente da Dow qual seria o maior
problema da empresa no futuro, ele confessou que estava preocupado que a
Dow viesse a ficar parecida com uma “Organização Militar” - Uma preocupação
com pessoal como esta conquistou Fisher.
Um dos princípios básicos de Fisher é
repetido neste capitulo: “mesmo que as ações de uma companhia específica
pareçam estar bem próximas de um pico temporário e, que uma queda de preço
pareça eminente em um futuro próximo, eu não as venderia as ações se
acreditasse que as perspectivas de longo-prazo da empresa são
suficientemente atrativas”.
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III. 4: O MERCADO É EFICIENTE?
Segundo Fisher, o Mercado não é eficiente. “A Teoria
do Mercado Eficiente cresceu com a teoria acadêmica dos caminhos
aleatórios. Estas pessoas chegaram a conclusão que não é possível
estabelecer estratégias técnicas de compras e vendas que funcionem
eficientemente antes de ocorridas [sic], de forma a fornecer um lucro
suficientemente atrativo quando comparados com os riscos assumidos. Eu não
discordo. Como vocês podem ter percebido, eu acredito que é muito, mas
muito difícil mesmo fazer dinheiro comprando e vendendo ações baseado nas
previsões de curto-prazo de mercado. Talvez, o Mercado seja eficiente
apenas em uma ótica muito estreita do Mundo… Eu não acredito que os preços
são eficientes para os investidores de longo-prazo perseverantes e com conhecimento”.
Fisher diz que a visão predominante no mercado,
que é divulgada como sendo a perspectiva dos profissionais mais bem
informados, tem demonstrado ser incorreta ou ineficiente. “Com a possível exceção
da década de 60, não houve uma década sequer em a percepção que prevaleceu
no mercado foi a que as influências externas eram tão grandes que estariam
muito além do controle dos administradores das empresas e que, mesmo os
investimentos mais conservadores eram destinados apenas aos idiotas e não
para as pessoas cautelosas …Mesmo
quando surgiram oportunidades de investimento inacreditáveis, com a
vantagem de sabermos de antemão que situações como aquelas já haviam
ocorrido anteriormente.”
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$: CONCLUSÃO
Estes são os pontos, resumidamente, que
Fisher tira como sua conclusão:
1. Compre companhias que tem planos disciplinados
para conseguir grande crescimento de lucros no longo-prazo e que possuam
qualidades inerentes que impeçam que novos concorrentes venham a dividir
esse crescimento.
2. Foque-se em comprar estas companhias quando
elas estiverem fora-de-moda.
3. Segure o seu papel até que: (a) haja alguma
mudança fundamental em sua natureza (como um enfraquecimento na
administração pela substituição da chefia), ou (b) quando a companhia tenha
crescido para um estágio em que não conseguirá continuar crescendo mais
rápido do que a economia como um todo.
4. Um conselho para aqueles que estejam procurando
uma maior apreciação do seu capital. Dê menos importância aos dividendos.
5. Em investimentos, tirar pequenos lucros e
permitir que os grandes prejuízos cresçam, são indícios de uma péssima
avaliação. Um lucro nunca deverá ser realizado por puro prazer.
6. Existem apenas um pequeno numero de companhias
excepcionais. As ações destas companhias não podem ser compradas
normalmente a preços atrativos. Então, quando estas situações aparecerem
deve-se tirar o maior proveito possível.
7. Um ingrediente básico para administração de
ações é não aceitar cegamente qualquer que venha a ser a opinião
predominante da comunidade financeira naquele determinado momento e,
também, não rejeitar a visão predominante pelo simples prazer de ser do
contra.
8. Como na maioria dos campos da atividade humana,
o sucesso em ações depende da correta combinação entre trabalho árduo,
inteligência e honestidade.
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