Fonte:http://www.fool.com/news/commentary/2005/commentary05071102.htm
Por Matt Richards
Tradução e adaptação de SER-
07/11/2005
De uma forma geral,
administradores de fundos detestam coquetéis. Inevitavelmente vai chegar um sujeitinho qualquer, que não trabalha com
investimentos, e contar sobre os retornos espetaculares que conseguiu com seus
investimentos. “Ano passado comprei a Zaptronix a $8, e vendi a $16! Comprei Bubonix
a $7, e vendi a $22!"
A mão desse cara é tão quente que o nosso
amigo administrador fica com medo de terminar com uma queimadura de terceiro
grau. Continuando com a “lenga-lenga”, o camarada
disse que obteve um retorno de 27% ano passado. Será que esse resultado é
confiável? A conversa continua e termina da seguinte maneira:
Os três primeiros itens tornam os
cálculos errados, e o quarto torna esses cálculos um pouco
mais complicado. Computar o ganho com investimentos é um pouco enrolado,
sendo fácil entender porquê investidores individuais
tenham a tendência de empregar métodos não muito corretos para calculá-los. Mas
contabilizar seus retornos corretamente não é tão difícil assim - acredite!
Vamos falar um pouquinho agora sobre isso.
Palavras difíceis, conceito
simples.
No instante que ouvem a frase assustadora "Taxa interna de Retorno Ponderada no Tempo”, a maioria das pessoas tem um branco. Não deixe que isso aconteça com você! Vamos empregar uma forma coloquial e uma definição fácil de entender para atingirmos nosso propósito. Para nós, a TIRPT é apenas um método para descobrirmos a taxa de retorno obtida pelo dinheiro que entra e sai das nossas contas.
Vamos supor que você tivesse na conta no
início do ano $10.000 e que tenha depositado ao longo do ano mais $10.000, e
que, no final do ano, o saldo da conta fosse de $20.000. Isso não quer dizer
que você tenha dobrado sua grana naquele ano. A TIRPT serve apenas para retirar
o efeito do dinheiro adicionado à conta e mostrar qual foi a
verdadeira performance dos seus investimentos.
É o método com que os Fundos de investimentos e outras entidades
financeiras empregam para o calcular seus rendimentos. Se empregarmos
esta mesma metodologia para calcular nossos rendimentos teríamos uma
base para nos compararmos com outras pessoas.
O que é “à
risco”?
Uma coisinha antes de começarmos—é importante que você defina claramente que parcela do seu dinheiro está sendo submetida a risco quando você está investindo. Isso não se limita apenas às ações, mas também qualquer dinheiro não investido que você considere que faça parte da sua parcela disponível para investimento. O objetivo de qualquer investimento é obter retorno sobre todo dinheiro disponível e não apenas sobre aquilo que você comprou. É necessário definir claramente qual é o “dinheiro que está em jogo”.
A forma mais fácil de fazermos isso é
considerarmos todo dinheiro existente na corretora, incluído qualquer saldo em
dinheiro, como fazendo parte dos nossos fundos reservados para investimentos.
Se você utiliza qualquer outra conta externa para investir em fundos de renda
fixa ou fundos mútuos você deve considerar a soma das duas contas. Faça sua
escolha e siga com ela. Observe que você não estará proibido de gastar o
dinheiro da sua conta na corretora pelas regras que estou descrevendo aqui,
porquê o método da TIRPT computará o efeito do dinheiro que entra e sai da sua
conta.
No final é tudo fluxo de caixa
Retorno de investimento se resume a apenas uma coisa - quanto de dinheiro entra e sai do saco de fundos disponíveis para investimento e quanto sobrou. Não é necessário acompanhar cada investimento individualmente para calcularmos nosso retorno. Precisamos conhecer apenas três coisas:
Vamos fazer de conta que a sua conta na
corretora é um fundo de investimentos. Quando você deposita dinheiro nessa
conta você compra cotas líquidas do fundo. Quando tira, você vende essas cotas.
A grande jogada desse método é que você tira o efeito do dinheiro entrando e
saindo do cômputo dos resultados.
O "Fundo Você"
Para acompanharmos nossos retornos, vamos criar uma planilha que mostrará os fluxos de caixa entrando e saindo do “Fundo Você”. Cada linha da planilha conterá a mesma informação: a data, o dinheiro que entra/sai (se houver algum), a quantidade de cotas iniciais, o número de cotas compradas ou vendidas, a quantidade cotas finais, o saldo da conta e o preço da cota.
Para cada nova linha da planilha, entraremos
com a data, com o dinheiro que entra/sai, e o saldo
final da conta. As outras células serão calculadas automaticamente pela
planilha. "Quantidade de cotas
iniciais" é igual a “Quantidade
final de cotas” da linha anterior; "Cotas entrando/saindo" é o "dinheiro entrando/saindo"
dividido pelo “valor da cota"
da linha anterior e o “valor da cota"
será o “saldo da conta” na corretora
naquele determinado dia dividido pelo "Qtde de cotas finais”. Uau!
Algumas vezes podemos querer adicionar
uma linha somente para saber o valor da Cota no final do dia. Vamos chamar este
tipo de entrada de “memo”.
Para este tipo de entrada não haverá nenhuma entrada do tipo “dinheiro entrando/saindo”;
como também não haverá nenhuma “cota entrando/saindo” e não haverá qualquer alteração no
número de cotas finais (a quantidade de
cotas finais = a quantidade de cotas
iniciais). Apenas entramos com o “Saldo
da Conta” para que a planilha calcule o “Valor da Cota” daquele dia.
Criaremos uma nova linha toda vez que
houverem novas entradas e saídas de dinheiro na conta. Toda vez que tiver
dinheiro entrando na conta, nós introduziremos este valor na coluna “dinheiro entrando/saindo”,
como um número positivo. Quando tiramos dinheiro da conta entraremos com este
valor na mesma coluna, só que agora como um número
negativo. Isso fará com que as “cotas
entrando/saindo¨sejam
calculadas e que, conseqüentemente, as Cotas finais aumentem ou diminuam. Toda
vez que tivermos uma entrada/saída de dinheiro, obrigatóriamente
faremos uma entrada do tipo “memo”
no dia anterior para que seja calculada o valor da COTA que será empregada nessa compra/venda
no dia seguinte.
O legal desse método é que todas as
linhas da planilha conterão a mesma formula, logo, sempre que tivermos que
introduzir uma nova entrada, tudo que teremos que fazer é copiar e colar a
linha de cima na linha de baixo, e entrar com a nova “data”, “dinheiro entrando/saindo” e o “saldo da conta” de investimento naquele dia.
Vamos abrir o nosso “Fundo Você” com $10.000. Arbitraremos como “quantidade de cotas iniciais” 1.000 – Isso fará que o “valor da cota” inicial seja de $10,00.
Assim podemos começar a empregar a planilha para tomar conta da nossa carteira.
Data |
Dinheiro
entrando/saindo |
Qtde
Cotas iniciais |
Cotas
entrando/saindo |
Qtde
Cotas finais |
Saldo
da conta |
Valor
da cota |
19/5/05 |
0.00 |
0.0000 |
0.0000 |
0.0000 |
0.0000 |
10,00 |
20/5/05 |
10.000,00 |
0.0000 |
1.000,00 |
1.000,00 |
10.000.00 |
10,00 |
Note que toda vez que
compramos uma cota utilizamos o valor da cota de fechamento da noite
anterior. No nosso exemplo, consideramos como $10 o valor da cota no final do
dia anterior. O fundo está todo em dinheiro, assim nosso saldo permanecerá o
mesmo no final do dia 20. Nós possuímos neste instante 1.000 cotas do “Fundo Você” ao preço de $10 cada uma.
Para criarmos
esta entrada, nós introduzimos a data da operação e o dinheiro que entra nas
duas primeiras colunas. A “Qtde Cotas iniciais” serão iguais a
“Qtde Cotas Finais” da linha de
cima, que no nosso caso é igual a zero. As cotas que entram são calculadas
dividindo-se o “dinheiro que entra”
pelo “Valor da Cota” da linha de
cima. As quantidades de cotas finais são calculadas somando a quantidade de
cotas iniciais com as cotas que entram. O saldo da conta você deve tirar do seu
controle particular (NT - por
exemplo, do saldo da sua corretora ou através de um programa como o Personnal stock Monitor).
No nosso exemplo o dinheiro depositado vale exatamente o “Saldo da Conta”-
$10.000. Finalmente o “Valor da Cota”
é calculado como o “Saldo da Conta”
dividido pela “Quantidade de Cotas
finais”.
Note que esta é uma entrada do tipo “dinheiro entrando”. Toda vez que formos
fazer uma operação como esta será necessário criar uma entrada do tipo “memo” no final do dia anterior. Esta linha corresponde a
uma compra de cotas do fundo.
Terminamos por aqui nossa lição inicial
de como calcular nossos retornos. Na parte II desse artigo, falaremos sobre
compra de ações, e o resultado decorrente do sobe-e-desce de preços.
http://www.fool.com/news/commentary/2005/commentary05071204.htm
Por Matt Richards
Tradução e adaptação de SER-
12/07/2005
Na Parte Um
dessa série, falamos sobre como calcular o retorno dos investimentos, e
começamos a construir uma planilha que irá nos ajudar a fazer isso da forma
correta. Vamos continuar. Agora vamos comprar algumas ações. Lembre-se que
estamos tratando nosso dinheiro como se ele estivesse aplicado num fundo – No
nosso caso o “Fundo Você”.
Vamos dizer que compramos 140 ações
da Microsoft (Nasdaq:
MSFT) por $25, e 150 ações do Yahoo!(Nasdaq:
YHOO) por $37, investindo um total de $9.300 (mais $20 de corretagem) dos
nossos $10.000 originais- mantendo $680 parados na conta. Nós não faremos
qualquer alteração na nossa planilha relativa a essa compra. Decidimos na Parte Um
que só iríamos acompanhar as entradas e saídas de dinheiro. Compras e vendas
efetuadas dentro do nosso fundo não irão alterar o cálculo do retorno.
Passou-se um mês e a Microsoft está agora
sendo vendida por $26, e a Yahoo por $39. Gostaríamos
de saber como estamos indo, incluímos então mais uma linha na nossa planilha, conforme
descrito abaixo:
Data |
Dinheiro
entrando/saindo |
Qtde
Cotas iniciais |
Cotas
entrando/saindo |
Qtde
Cotas finais |
Saldo
da conta |
Valor
da cota |
19/5/05 |
$0 |
0 |
0 |
0 |
$0 |
$10,00 |
20/5/05 |
$10.000 |
0 |
1.000 |
1.000 |
$10.000 |
$10,00 |
20/6/05 |
$0 |
1.000 |
0 |
1.000 |
$10.430 |
$10,43 |
A entrada do dia 20/6 é um “memo” que nos ajudará a calcular nosso retorno. Como no dia
20/6 não entrou nem saiu nenhum dinheiro, colocamos zero na coluna “Dinheiro entrando/saindo”. A “Qtde Cotas iniciais” é igual a “Qtde Cotas
finais” neste dia. Como o Dinheiro entrando/saindo é igual a $0,
as “Cotas entrando/saindo” também serão
iguais a 0, e a “Qtde Cotas finais” para o dia 20/6 são as mesmas da Qtde Cotas iniciais. Nós introduzimos na coluna “Saldo da Conta” os $10.430, que equivalem a 150 x $26 das ações da
Microsoft, somados a 150 x $39 das ações da Yahoo!
(totalizando $9.750), mais os $680 parados na conta de investimento. (O que
seria o mesmo que pegar o saldo da nossa conta de investimento disponível na
página da nossa corretora na Internet e copiarmos aqui). E, por fim, o “Valor da cota” é calculado dividindo-se
o “Saldo da conta” pela “Qtde Cotas finais” que
são iguais a $10,43.
Até aqui tudo bem e sinceramente nem foi tão
complicado assim. As cotas do nosso hipotético “Fundo Você” subiram de $10 para $10,43, o
que equivale a um lucro de 4,3%. Isso faz sentido, porquê inicialmente
depositamos na conta $10.000, e agora temos possuímos $10.430. Note que os
nossos cálculos incluíram o dinheiro parado na conta. Se tivéssemos calculado o
rendimento apenas sobre as ações da Microsoft e Yahoo!
poderíamos ficar tentados a acreditar que o resultado
obtido foi de $430/$9.300 = 4,62%. Mas isto estaria errado! O dinheiro parado
na conta, rendeu 0%, reduzindo o resultado do nosso
investimento para 4,3%.
O nosso retorno até a data de hoje é de
4,3%. Esse não é um retorno anuizado como esses
informados pelos fundos de investimentos. Para chegarmos ao retorno anuizado, pegaremos o retorno até a data de hoje, e
dividiremos pela fração do ano que já passou. Nesse caso seria 4,3% / (31/365)
= 50,63%. Veja que este não é um retorno composto, sendo uma forma mais
conservadora de abordar o problema, porquê calcular o retorno composto para um período
de tempo tão pequeno como esse não seria muito apropriado. Na verdade, anualizar
um retorno para um período tão pequeno como este, como fizemos acima não seria
nem um pouco apropriado, mas como sei que vocês iriam querer conhecer esse
resultado de qualquer maneira, é melhor aprendermos da forma correta. Apenas
não o leve o resultado muito a sério, porquê ainda não existem evidências comprovadas a respeito da sua
performance em investimentos.
Como a linha de 20/06 só existe para nos
permitir calcular o retorno até esta data, deixá-la ou não na planilha, fica a
critério do freguês. Mas, se você conseguir colocar uma entrada nova a cada
dia, terá uma boa fonte de dados para poder construir um gráfico diário dos
seus retornos. Legal né?
Passaram-se mais três meses, e no dia 20
de dezembro decidimos retirar $300 do "Fundo Você”. Nossas ações continuaram a ser
vendidas a $26 e $39, de forma que o saldo da conta não se alterou.
Faremos agora uma entrada do tipo Dinheiro
Saindo. Será necessário introduzir duas linhas da mesma forma que fizemos
com a entrada Dinheiro Entrando.
Agindo da mesma forma, faremos uma entrada do tipo “memo”
para calcularmos o valor da cota no dia anterior a retirada, e sabermos o “valor da cota’ que iremos “vender”. Nesse caso a cota (novamente calculada pelo saldo
da conta dividido pelo número de cotas) será ainda $10,43. Faremos na nossa
planilha uma entrada para o dia anterior seguida de uma entrada para o dia da
retirada:
Data |
Dinheiro
entrando/saindo |
Qtde
Cotas iniciais |
Cotas
entrando/saindo |
Qtde
Cotas finais |
Saldo
da conta |
Valor
da cota |
19/5/05 |
$0 |
0 |
0 |
0 |
$0 |
$10,00 |
20/5/05 |
$10.000 |
0 |
1.000 |
1.000 |
$10.000 |
$10,00 |
20/6/05 |
$0 |
1.000 |
0 |
1.000 |
$10.430 |
$10,43 |
19/9/05 |
$0 |
1.000 |
0 |
1.000 |
$10.430 |
$10,43 |
20/9/05 |
-$300 |
1.000 |
-28,76 |
971,24 |
$10.130 |
$10,43 |
Para criarmos uma saída de dinheiro
introduzimos o dia e o “Dinheiro Saindo”
(como número negativo) nas duas primeiras colunas. Da mesma forma, “Qtde Cotas iniciais” serão iguais a “Qtde Cotas finais” da linha
anterior. Cotas
saindo será igual ao “Dinheiro Saindo” dividido pelo “Valor da cota”
da linha de cima. “Qtde Cotas finais” será a “Qtde Cotas iniciais” mais as “Cotas saindo”. Como as “Cotas saindo” são um número
negativo, nossas “Qtde Cotas finais” será um número menor do que a “Qtde Cotas iniciais”. Para o “Saldo da conta”, entraremos com o saldo da conta ou a cópia do nosso
saldo na página da corretora, e computaremos o “Valor da Cota” como o “Saldo
da Conta” dividido pela “Qtde Cotas finais”.
O método da "Taxa Interna de Retorno
Ponderada pelo Tempo” (TIRPT) retira dos cálculos o efeito do dinheiro entrando
e saindo. (Na Parte Um,
dissemos que a (TIRPT) é o método padrão para calcular-se a taxa de retorno em
que se anula o efeito do dinheiro entrando e saindo da conta). Veja que a retirada
de dinheiro não afetou o Valor da Cota.
Nós simplesmente vendemos um número de cotas equivalente a
quantidade de dinheiro retirado, e abatemos esse resultado da conta. O valor da
Cota não se altera, o que significa que os nossos resultados também não se
alteram, a não ser pelo fato de que terá se passado mais tempo.
Mais dois meses
se passaram e atingimos a marca de seis meses. Nossos investimentos
decolaram; a Microsoft está a 28, e a Yahoo! a 41.
Vejamos como ficaria a nossa planilha depois de uma nova entrada “memo”:
Data |
Dinheiro
entrando/saindo |
Qtde
Cotas iniciais |
Cotas
entrando/saindo |
Qtde
Cotas finais |
Saldo
da conta |
Valor
da cota |
19/5/05 |
$0 |
0 |
0 |
0 |
$0 |
$10,00 |
20/5/05 |
$10.000 |
0 |
1.000 |
1.000 |
$10.000 |
$10,00 |
20/6/05 |
$0 |
1.000 |
0 |
1.000 |
$10.430 |
$10,43 |
19/9/05 |
$0 |
1.000 |
0 |
1.000 |
$10.430 |
$10,43 |
20/9/05 |
-$300 |
1.000 |
-28,76 |
971,24 |
$10.130 |
$10,43 |
20/11/05 |
$0 |
971,24 |
0 |
971,24 |
$10.730 |
$11,05 |
Estamos indo
muito bem! Depois de seis meses, conseguimos um rendimento positivo de
11,05/10 menos 1 = 10,48%. E o mais importante, nosso
método calculou corretamente o resultado, apesar das retiradas de dinheiro no
meio do caminho.
Mais um mês se passou, e durante este mês
vendemos nossas ações da Microsoft por $31, já descontadas as comissões. Isso
aumentará em $4.650 o saldo em dinheiro da nossa conta, que somados aos $380
que já existiam resultam em $5.030. Neste meio tempo a Yahoo!
Foi para $43. Veja como ficou a nossa planilha:
Data |
Dinheiro
entrando/saindo |
Qtde
Cotas iniciais |
Cotas
entrando/saindo |
Qtde
Cotas finais |
Saldo
da conta |
Valor
da cota |
19/5/05 |
$0 |
0 |
0 |
0 |
$0 |
$10,00 |
20/5/05 |
$10.000 |
0 |
1.000 |
1.000 |
$10.000 |
$10,00 |
20/6/05 |
$0 |
1.000 |
0 |
1.000 |
$10.430 |
$10,43 |
19/9/05 |
$0 |
1.000 |
0 |
1.000 |
$10.430 |
$10,43 |
20/9/05 |
-$300 |
1.000 |
-28,76 |
971,24 |
$10.130 |
$10,43 |
20/11/05 |
$0 |
971,24 |
0 |
971,24 |
$10.730 |
$11,05 |
20/12/05 |
$0 |
971,24 |
0 |
971.24 |
$11.480 |
$11,82 |
Excelente! Após sete meses obtemos um
resultado de 18,2%, o que equivaleria a 31,04% anualizados
(18,2% / (214/365)). Veja que em nenhum momento consta na nossa planilha que compramos
ou vendemos qualquer ação. Como disse anteriormente, tudo que interessa é o
saldo da conta e não quando compramos ou vendemos alguma coisa e a que preço.
Prosseguir com este processo é o simples processo
de criar uma nova linha toda vez que entrar ou sair dinheiro de nossa conta, e
colocar uma linha “memo” para dar uma verificada nos
nossos retornos. Se você quiser fazer um acompanhamento diário, basta que no
final de cada dia você faça uma entrada contendo o saldo da conta.
Na verdade, creio que a melhor forma de
prosseguirmos com esse processo é fazer exatamente isso. Colocar uma nova
entrada no fim de cada dia, computar qualquer dinheiro que entre ou saia e
atualizar o saldo da conta. Uma combinações de entradas do tipo Memo/Dinheiro atenderá as duas
funções e fornecerá o valor da cota correspondente ao saldo da sua conta no
final do dia.
Fazer a manutenção dessa planilha pode
parecer um pouco difícil no início, mas você logo se acostumará a ela. Uma vez
que você tenha adquirido o hábito saberá sempre seus verdadeiros retornos e
poderá falar sobre eles com grande precisão no próximo coquetel que participar.
Eu criei um modelo de planilha (traduzido para o português) aqui
de maneira que você possa empregá-la como base para o acompanhamento dos seus
próprios resultados. Boa Sorte!
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Fool contributor Matt Richards is President of Richards Asset Management, LLC. Under no circumstances
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security. Matt appreciates your feedback. To read some of his other writings,
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Motley Fool is investors
writing for investors.
Por Matt Richards
Tradução de SER-
01/08/2005
Depois que escrevi os artigos sobre como
calcular retornos sobre investimentos (aqui
e aqui),
recebi vários e-mails interessantes de leitores. Descrevo abaixo algumas
perguntas aonde podem ter ficado dúvidas, ou que mereçam uma atenção maior.
Para aqueles que não leram os artigos citados, sugiro que leiam - Porquê sem
essa leitura o texto a seguir pode parecer um pouco estranho.
1. Calculando o retorno após um
ano. No artigo original, calculei os retornos anualizados
dividindo o retorno conseguido até aquela data (o nosso exemplo tinha menos de 1 ano) pela parte do ano que havia passado. Um leitor
perguntou o que fazer depois de 1 ano, e isso me fez
pensar que o cálculo poderia ser tanto aperfeiçoado como acompanhado
diariamente com uma pequena alteração na planilha. Eu modifiquei a planilha
para que ela possa calcular a rentabilidade “desde o início”. Empregamos para
isso a seguinte fórmula:
(Cotas finais/Cotas iniciais)^(1/anos) -1
Nessa formula “anos” é igual a (Data
atual – Data inicial)/365. Esse número será normalmente uma fração, não uma
série de anos. Isso não causará problemas. A fórmula funcionará bem.
Você pode aproveitar esse conceito para
acrescentar várias colunas na sua planilha como, por exemplo, no ano, no
trimestre, ou qualquer retorno “até agora”, desde que selecione a data e a cota
inicial apropriada.
Está disponível aqui uma
cópia da planilha atualizada. Note que os valores da coluna “desde o início”
variarão muito no início, logo quando você estiver começando a trabalhar com a
planilha para calcular retornos. Não leve esses números muito a sério. Eles
irão se acertando com o passar do tempo e mostrarão como você está se saindo realmente
(se quiser, você poderá apagar algumas células das linhas superiores da coluna
“desde o começo”, se os resultados saírem um pouco fora da realidade. Quando
você vir na planilha "#####”, quer dizer que o retorno calculado é tão
grande, ou tão pequeno, que não cabem na célula. Esses eu deleto).
2. Tratamento dos dividendos. Um leitor me
perguntou se os dividendos devem ser introduzidos na planilha por intermédio de
uma operação do tipo “dinheiro entrando” no cálculo dos retornos. A resposta é
“não”. Os dividendos aumentam apenas o saldo da conta, da mesma forma que
acontece com os ganhos de capital, logo seu efeito sobre o cômputo do resultado
aparece quando você coloca introduz o saldo total da conta na planilha.
3. Venda de ações. Um leitor achou
que a venda das ações Microsoft tivesse sido computada como uma operação de
“entrada de dinheiro”, mas na verdade não foi isso que aconteceu. As operações
do tipo “dinheiro entrando” e “dinheiro saindo” só devem ser computadas quando
você literalmente retirar ou depositar dinheiro na conta. Nem a venda da
Microsoft, ou a compra da Yahoo necessitam que
qualquer operação seja feita na planilha, porque a quantidade de dinheiro
existente na conta permaneceu a mesma.
4. TIR ponderada pelo tempo X TIR ponderada pelo
caixa. Mais de um leitor afirmou que o
método da TIRPT que eu apresentei (e que é o padrão utilizado para o cálculo de
retornos) podem não refletir verdadeiramente aquilo que está acontecendo com o
investidor. Surpreendentemente, isso é verdade. Os retornos que o investidor
realmente obtém (conhecidos como taxa interna de retorno) são computados
empregando o que é conhecido como TIR ponderada pelo caixa, que leva em
consideração o timing dos fluxos de
caixa e as quantidades investidas por período.
O que a TIRDT faz exatamente é retirar o
efeito do timing dos fluxos de caixa entrando
e saindo da conta para que possamos obter uma medida correta do resultado do
investimento. Quando avaliamos os resultados de um determinado gestor, não
estamos interessados nos números que revelem, por exemplo, a sorte que ele teve
em receber um depósito gordo com o qual ele pode investir numa determinada ação
que veio a subir rapidamente. Estamos interessados realmente nos números que
revelem sua habilidade na escolha de ações certas, livre da influência do timing dos fluxos de caixa entrando e
saindo na conta, de maneira que passamos comparar o seu desempenho com o de
outros administradores.
Para chegarmos nesses números, colocamos
o dinheiro que entra e que sai numa planilha, para que o processo da TIRDT
perceba que isso está ocorrendo e retire seus efeitos do cálculo. Em geral, essas discrepâncias entre a TIRPT e a TIR ponderada pelo
caixa tendem a ocorrer quando existem entradas fortuitas (ou infortúitas) de fluxos de caixa próximo a grandes variações
de preço das ações na carteira.
Alguns leitores enviaram exemplos em que
o resultado da TIRDT pareceu meio estranho para eles. Invariavelmente os
exemplos incluíam fluxos de caixas relativamente gigantescos (como, por
exemplo, um depósito inicial de $1.000 seguido de um depósito de mais $1.000 mais
tarde - dobrando os fundos “investíveis”) e outras
variações muito grandes de saldo na conta. Esses exemplos fogem da realidade
porquê não é muito normal que o investidor médio consiga dobrar seu dinheiro
disponível para investimento sem herdar uma bolada ou ganhar na loteria (veja mais
sobre esse assunto no item No. 6). Esses exemplos revelam também a natureza da
TIRDT e o fato que ela remove o efeito do timing
dos fluxos de caixa.
Para resumir, se você conseguir definir
corretamente seus fundos disponíveis para investimento os resultados dos
cálculos da TIRDT serão razoáveis e demonstrarão corretamente sua habilidade
como investidor. E servirão também para comparar seus resultados com os de
outros membros da sua comunidade de investimentos.
5. Impostos. Um leitor me
perguntou aonde o imposto de renda entra nos cálculos. A resposta é: eles não
entram. Os resultados são sempre informados antes das taxas. Um investidor me
perguntou especificamente se os dividendos reinvestidos devem levar os impostos
em consideração quando computamos o custo básico do investimento. Os impostos
não entram no cômputo nem nos custos nem nos retornos. É claro que, quando
comparamos investimentos isentos com não isentos (ou quando investimos por uma
de conta isenta de imposto) precisamos levar os impostos em consideração para
avaliarmos investimentos em potencial. Mas quando comparamos “farinha do mesmo
saco” ignoramos os impostos.
6. Fundos disponíveis para investimentos.
Recebi um e-mail de um leitor dizendo que o artigo tocou num ponto sensível. Sua
maior dificuldade quando tentava calcular o rendimento dos seus investimentos, era
não saber exatamente qual parte dos seus fundos estava “disponível para
investimento”. Essa é uma coisa muito importante e deve ser bem definida logo
no começo. Para chegar ao rendimento correto é necessário ser sincero consigo
mesmo e saber exatamente que fundos estão sujeitos a risco e quais não estão. E,
também, manter em mente que dinheiro parado na conta rende zero ou muito pouco
e que esses retornos entram no cálculo de retorno.
Conforme descrito acima, no item Nº 4 definir
claramente quais são os fundos disponíveis para investimento deverá eliminar
algumas anomalias da TIRPT. A TIRPT pode produzir resultados estranhos quando,
por exemplo, o investidor coloca algum dinheiro que não faz parte do montante separado
formalmente para investimento junto com o dinheiro de investimento e esse
dinheiro é usado para comprar alguma coisa que, logo depois, sobe rapidamente.
Qualquer investidor experiente poderia dizer que isso é melhor que deixar o
dinheiro parado rendendo 0% ou alguma coisa próxima
disso – E Aí?
Sim, na verdade é melhor. Mas esse não será
o caso para a grande maioria dos investidores, que, de uma hora para outra, uma
grande quantia de dinheiro venha para dentro do montante disponível para
investimento. Isso pode acontecer quando a conta de investimentos for nova ou
muito pequena, mas, de uma forma geral, uma grande quantia de dinheiro que
entre no montante de investimentos deveria ser provavelmente considerada como parte
dela desde o início. E, caso isso seja feito, o retorno anômalo causado pelo timing da uma nova compra deverá ser
reduzido ou eliminado. Resumindo: se você está juntando dinheiro numa conta separada
para que um dia ela fique grande o bastante e possa ser transferida para o pool de investimentos, deveria
considerar que este dinheiro já faz parte dos fundos disponíveis para
investimentos, e utilizá-los nos seus cálculos.
7. Para que calcular os
rendimentos? No meu artigo original, passei batido pelo “Para quê” e
fui direto para o “como”. Mas “Para quê calcular os meus rendimentos” permanece
uma questão importante. A resposta é simples. Se você não estiver batendo o mercado,
deveria pensar seriamente em deixar um administrador profissional tomar conta
do seu dinheiro ou investir num fundo referenciado ao índice. É importante
avaliar a sua performance contra um benchmark, normalmente um índice mais amplo, como o S&P 500. Não se esqueça de
empregar o retorno “total” do S&P
500, que incluí os dividendos, quando comparando rendimentos.
8. O óbvio não vai ajudar
você. Isso não faz parte dessa discussão agora, mas o artigo é tão
importante que eu gostaria de fazer uma referência a ele. A minha versão para o
assunto é, “se todo mundo já sabe, provavelmente
está embutido no preço da ação”.
Obrigado a todos por terem escrito e boa
sorte com seus investimentos!
Matt Richards é o presidente
da Richards Asset Management, LLC. Em nenhuma circunstância essas
informações representam recomendações para comprar, vender ou manter nenhum
investimento. Matt appreciates your feedback. To read some of his other
writings, visit his website. The Motley Fool is investors writing for investors.