Por Kenneth
L. Fisher, (Kenneth Fisher é um dos gurus de investimento é filho de Philip Fisher
e autor do livro superstocks)
Tradução e adaptação de SER-
Não existe qualquer relação entre
o P/L do Mercado e os retornos futuros – Não importa como você meça o retorno
do índice e nem por quanto tempo (mesmo que sejam por mais de cinco anos).
Seria possível prever para onde
vai o mercado olhando para o valor médio do índice P/L? Alguns investidores
pensam que sim – ou, pelo menos, que faríamos uma boa coisa se comprássemos
quando o índice estivesse baixo e vendêssemos quando o índice estivesse alto.
Minha experiência diz exatamente o contrário. O nível do índice P/L não tem
qualquer serventia para “Market Timing”.
Mas, por que acreditamos que somos
capazes de prever o futuro olhando para índice P/L? Isso vem da forma como nós,
seres humanos, lidamos com a natureza, justiça, valor e simplicidade. Nós
acreditamos erradamente que as curvas de oferta e demanda das ações seguem as
mesmas tendências das curvas de oferta e demanda do petróleo ou do milho.
("Compra-se mais de qualquer coisa quando estiver barata.") A verdade
é que a demanda por ações possui uma relação justamente inversa ao preço: é
quando as ações já estão altas (como estiveram em 1999) que as ordens entopem a
Merrill Lynch e a Schwab.
Existe um grande componente
emocional na crença de que quando compramos em mercados de P/L baixo obteríamos
sucesso. Quando compramos ações “baratas” e somos recompensados com sucesso,
nos sentimos espertos e merecedores do ganho de capital. Talvez os investidores
tenham medo de mercados com altos P/L instintivamente. O cara da sala ao lado
que continua comprando em um mercado em alta parece um jogador e não merecedor
de ganhos. Mas esse medo das alturas não deve reger sua habilidade de manter
ações.
A Tese de que as ações deveriam
ser vendidas quando os seus P/Ls atingirem valores altos possuem dois
problemas. Primeiro que os dados históricos não suportam a tese e segundo que
isso vai de encontro à teoria de finanças.
No artigo da primavera de 2000 do
Jornal de Administração de Carteiras, eu e Meir Statman, um professor de
finanças da Universidade de Santa Clara, mostramos estatisticamente que não
existe qualquer relação entre o P/L do Mercado e seu retorno subseqüente. Isso
é verdade não importa como você meça o índice (por exemplo, acima de um número
aleatório, como 20, ou dentro dos maiores 20% históricos) e não importa também
por quanto tempo você mede os retornos (ex: mais do que cinco anos). Essa
conclusão é baseada em 125 anos de dados. Toda vez que os mercados vão bem ou
mal em relação ao índice P/L existem números semelhantes de magnitudes
parecidas de ocasiões em que eles fizeram justamente o inverso. P/Ls baixos
levam da mesma maneira tanto a resultados ruins como bons.
Fizemos mais pesquisas sobre a
irrelevância entre P/Ls médios e as oportunidades de compra. Empregue o P/L de referência
que você quiser. Compre abaixo de 20 e venda acima de 8, ou compre abaixo
de 8 e venda acima de 8, o que você preferir - Você não encontrará qualquer
estratégia que funcione—De uma forma geral, você acabará com um retorno pior do
que conseguiria se comprasse e segurasse. Por quê? Porquê você estará fora do
mercado em períodos cruciais, e não conseguirá se livrar de todas as correções.
Com um valor P/L de corte de 25, por exemplo, você estaria fora do Mercado em
1922 (quando o mercado subiu 28%) e comprado em todas as quedas que houveram
nos quatro anos subseqüentes. Uma análise dos retornos da Bolsa da Inglaterra,
um outro mercado aonde dados históricos são bem antigos, indicam o mesmo
resultado: Gatilhos de P/L não funcionam.
A teoria de finanças também vai de
encontro a estratégia de permitir que o nível P/L do Mercado dite suas
preferências por ações ao invés da renda fixa. As ações competem com a renda
fixa por oferecerem um “prêmio de risco” Se esse prêmio fosse fixo você poderia
exigir um Yeld de lucros específico. Inverta o Yeld de lucros, ou L/P, e você
encontraria um P/L alvo. De posse desse P/L você poderia dizer que determinadas
ações estariam baratas se estivessem abaixo dele e caras se estivessem acima. O
problema é que o prêmio de risco não é regido por fórmulas matemáticas, mas por
preferências emocionais variáveis que vão a favor ou contra lucros incertos
(mas com oportunidades potenciais) em comparação aos fluxos mais certos da
renda fixa. Em suma, o humor dos investidores joga estratégias simples em
relação ao índice P/L pela janela.
O fato das pessoas começarem a
ficar preocupadas com o índice P/L sugere que o mercado estaria pronto a mudar
de humor. Os quase 50-% de declínio dos últimos dois anos e meio (2000)
diminuíram muito o risco do mercado. Você pode achar agora excelentes oportunidades
de longo prazo em ações como:
Lojas Gap (10, GPS, www.gap.com). Companhia de Seguros Hartford Financial Services (49, HIG, www.thehartford.com). A especialista em finanças Household International (28, HI, www.household.com). O Banco e administrador de recursos Mellon Financial (28, MEL, www.mellon.com). Merrill Lynch (39, MER, www.ml.com). Supermercados Safeway (24, SWY, www.safeway.com) Royal Ahold (15, AHO, www.ahold.com). O Fabricante de Semicondutores Texas Instruments (17, TXN, www.ti.com) e a gigante automotiva Toyota Motor (50, TM, www.toyota.co.jp).
Kenneth L. Fisher é administrador
de recursos da Califórnia da Fisher Investments.
Visite sua homepage em www.forbes.com/fisher.