Postagens Memoráveis

Autor:Josias

Assunto:Ainda respondendo ao SER...

Wed, May 12 2004 at 10:24 am

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Mensagem:

...somos investidores individuais e quanto às msgs, são de domínio público...pode colá-las onde quiser.

Porém voltando à discussão sobre filosofias de investimentos, sei que a análise de valor tem resultados bem superiores à quaisquer outras ferramentas de atuação no mercado, seja técnica ou fundamentalista.

Porém mesmo a análise de valor tem várias vertentes e, principalmente, o analista de valor passa por um amadurecimento natural até formar sua metodologia de atuação.

Digo isto porque acho que já passei pela fase atual da maioria dos colegas deste espaço. Posso nomeá-la como a fase "Graham", que se caracteriza principalmente pela busca da famosa "margem de segurança".

Acho esta ótica um pouco capenga. Na verdade considero que, neste caso, a análise técnica e gráfica pode conseguir resultados similares e até superiores.

Como podemos traduzir a visão de Graham?

Seleciona-se as companhias que atendem a alguns critérios, como histórico de lucros de 10 anos, forte posição financeira, vendas anuais superiores a um determinado patamar, etc,. A seguir calcula-se o preço justo. O sinal de compra ocorre quando o preço de mercado apresenta um desconto superior a 40%.

Há algumas desvantagens:
1. Quase sempre, as companhias que se encaixam nos critérios de Graham são companhias maduras, cuja fase de crescimento acelerado (onde se consegue os melhores retornos) já foi superada;
2. Dificilmente o mercado te oferece uma companhia desta natureza com uma margem de segurança de 40%. Em minha experiência, estas oportunidades surgem a cada 2 anos aproximadamente;
3. Neste período, o capital deve ficar aplicado em renda fixa "esperando" uma oportunidade. Se o capital ficar muito tempo na renda fixa, nossa meta de quintuplicá-lo a cada dez anos ficará seriamente comprometida. Aliás detesto a renda fixa, quase sempre tenho 100% de meu capital em ações.
4. Finalmente, nos deparamos com o cálculo de um preço justo (que é um ente totalmente empírico) mas que é a base do nosso processo decisório. Completamos todas as etapas com sucesso mas ficamos à mercê de um valor cuja precisão é duvidosa e cuja margem de erro pode compremeter seriamente nossa "margem de segurança".

Autor:Josias

Assunto:Respondendo a SER...

Tue, May 11 2004 at 5:47 pm

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Mensagem:

...diria que todas as empresas que estão na sua seleção também estão na minha:

GOAU, GGBR, ELMJ, ITAU, ITSA, BBDC, FFTL, GUAR, IGUA, LEVE, MAGS, MTSA, POMO, TKNO, UBBR, VALE e ICPI.

No entanto, buscamos companhias cujos negócios tenham potencial para quintuplicar seu preço atual em dez anos, como já o fizeram a Embraer, Souza Cruz, Vale, VCP, etc.

Para isso, não atribuímos tanta importância ao cálculo do preço justo, mas a achar a resposta para perguntas como:

1. O potencial mercado consumidor do produto tem condições realistas de ser duplicado a cada quatro anos? Não parece ser o caso de Bradesco e Itau, por exemplo, já que a população economicamente ativa brasileira jamais deve crescer a uma taxa de 20% a.a. Já a GERDAU,a WEG e a MARCOPOLO encaixam-se no perfil, visto estarem expandindo suas operações além do mercado nacional.

2. Qual o apetite da empresa? Há um planejamento audacioso? As metas são ousadas? A alta administração da empresa pretende expandir seu mercado ou já está satisfeita com os "louros da vitória"? Também parece ser o caso da GERDAU e da WEG.

3. A administração tem competência para alcançar o objetivo audacioso? Além de competência, há uma certa "paixão" nesta direção?

4. Os custos para expandir mercados (via de regra, expansão internacional) são realistas? O financiamento da expansão é possível e realista sem comprometer a saúde financeira da empresa? Esta expansão no mercado consumidor já está em andamento? (Caso da GERDAU)

5. O produto oferecido é necessário ou muito desejado? Há um diferencial (tecnológico ou, de preferência um bom "goodwill" econômico) para o produto de uma eventual concorrente? Há vantagens competitivas consideráveis para a concorrência?

6. Como a administração reagiu ao enfrentar obstáculos a este objetivo? A administração demonstrou criatividade em superar estes obstáculos?

Há muitas perguntas deste tipo que tento responder, e algumas ainda a serem formuladas, porém acredito que, o sucesso em achar as respostas HOJE determinarão o retorno do investimento no FUTURO.

Posso adiantar que vejo hoje duas empresas encaixando-se neste perfil: as GERDAU's e WEG. Na terceira, MARCOPOLO, não gostei da ênfase acentuada nos sucessos do passado recente (preocupação demasiada em atender os pedidos já colocados sem olhar para frente), porém não a excluo totalmente.

Há outras companhias com potencial muito bom, como a ACESITA, mas cujo histórico de lucros não me dão a certeza de possuir a consistência necessária para implementação de qualquer plano de expansão ousado.

Também há companhias pequenas, com forte posição financeira e com planos agressivos de expansão no mercado nacional, como a METISA, porém ainda não aprofundamos a análise suficientemente para formarmos uma opinião definitiva

Autor:Josias

Assunto:Fomos questionados recentemente....

Thu, Aug 19 2004 at 6:52 pm

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Mensagem:

...se ainda há máquinas de fazer dinheiro em nosso mercado semi-esticado. Para o analista de valor mediano, poucas vezes deixará de haver opções que remunerem razoalvelmente o capital investido.

Nossa definição para o analista de valor mediano é a de um sujeito que reconheça sua incompetência (e a da maioria dos "profissionais") em superar seguidamente os índices de mercado. O analista de valor mediano considera muito boa uma rentabilidade, em termo REAIS, de 25% ao ano.

Nosso sujeito boa praça possui o seguinte raciocínio:

1. Eu quero fazer dinheiro com meu dinheiro;
2. O meio mais fácil de fazer dinheiro é comprar uma máquina que faça dinheiro;
3. Vou buscar no mercado uma máquina de fazer dinheiro.

Esquecendo todos os demais critérios (que são muito importantes no processo decisório), tais como, competência da administração, retornos sobre patrimônio e ativos, margem de segurança, etc., vamos nos concentrar unica e exclusivamente no quesito "fazer dinheiro".

Fazer dinheiro significa lucros regulares, consistentes e crescentes em termos REAIS (descontando a inflação). Se conseguirmos detectar uma companhia com lucros regulares, consistentes e crescentes, a luz amarela do analista de valor é imediatamente acesa.

Evidentemente, haverá uma criteriosa análise de outros requisitos para se classificar uma companhia como "superior". Nós, porém, temos a intenção de fazer somente uma introdução sobre o assunto e vamos "desprezar" estes requisitos.

...tomemos, como exemplo, uma de nossas "queridinhas": Metisa. Uma metalúrgica de porte pequeno com uma carteira saudável de clientes e com uma boa administração.

Hoje, com o advento da internet, é relativamente fácil baixar do próprio site da BVSP o histórico de lucros da companhia. Tomando apenas os cinco últimos anos, o LL evolui de cerca de 2,9 mil em 1998 para impressionantes 9,4 mil em 2003, ou seja, os lucros foram multiplicados por mais de 3x.

Mesmo que qualquer outros critérios de avaliação não sejam tão favoráveis, e desde que os níveis de endividamento não sejam comprometedores, são bastante ofuscados por um desempenho deste.

Os gráficos da economática permitem uma visualização indicutível para os mais incrédulos. Alguma coisa tem que ser feita com este dinheiro, desde pagamento de dividendos até o reinvestimento na própria companhia.

Com uma taxa de crescimento de lucros desta, o melhor mesmo é que o capital seja reaplicado na companhia, pois ela sabe produzir mais dinheiro ainda.

...os preços vão tender a acompanhar a capitalização da companhia, resultando na sólida ascendência de seus preços de mercado.

Simples: dinheiro gerando mais dinheiro, e com algumas vantagens muito importantes para o pequeno investidor, tais como, maior facilidade (facilidade, não simplicidade) na avaliação, quantidade reduzidíssima de stress, tranquilidade a longo prazo (o prazo conspira a seu favor), maior grau certeza de retorno do investimento (lembremo-nos que os analistas técnicos precisam acertar somente 54% das vezes, e mesmo assim vão e levam outros à falência).

O analista de valor precisa somente se certificar que seu investimento vai apresentar um retorno anual de 25% em termos reais....mas aí é outra história. Uma história que pode ser iniciada, por exemplo, com um pequeno investimento nas apostilas de nosso amigo Ação&Reação (vai ser o melhor investimento de sua vida)
e umas visitas no site de nosso colega SER.

 

Autor:AcaoeReacao

Assunto:Josias e as 10 empresas que mais cresceram nos últimos 5 anos

Fri, Aug 20 2004 at 10:47 pm

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Mensagem:

Não posso deixar de retribuir o comentário gentil de Josias acerca de Ação&Reação e complementar suas observações.

Josias ilumina o caminho de muita gente perdida nesse mundo de investimento. Como explica, boa parte do mistério de ganhar dinheiro através da "analise de valor" se explica simplesmente pela escolha de empresas com a capacidade de aumentar seu lucro de maneira rápido e sustentado.

Outra parte do mistério é um bom yield do dividendo (ou dividendo/lucro).

Junta as duas partes e você tem o Retorno no Investimento.

Sabe quais foram as 10 empresas que mais cresceram nos últimos 5 anos (após efetuar alguns ajustes e eliminar firmas que expandiram a partir de uma base muita pequena)?

São estas: Fosfertil, Gerdau SA, Gerdau Met, Petrobras, Magnesita, Metal Leve, Metisa, Vale do Rio Doce, VCP e Weg.

Somente VCP e Vale não atingiram a meta de 25% aa estipulada por Josias.

 

 

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Dona Zebra -  investimentos

Eu sou um dos que vivem dos rendimentos gerados pelos investimentos e de uma pensão bem sem vergonha do INSS, tenho hoje 53 anos.

Então vamos lá, acho que é uma tremenda felicidade ter a possibilidade de gerar empregos, renda impostos, desenvolvimento e dar a possibilidade à um punhado de gente, na verdade irmãos nossos
de ter uma expectativa de uma vida melhor, com algum conforto e dignidade.

Graças a Deus, à meus pais, e á um bocado de esforço pessoal, renúncias materiais, eu consegui a duras penas obter a minha tão sonhada independência financeira, e hoje passo o dia todo enchendo o
saquinho de vocês, (e lavando a louça, ajudando na limpeza da casa, indo á toda hora no mercado....).

A receita pode parecer complicada, mas é a maior baba, é moleza mesmo!

1- Abrir mão (renunciar) ao máximo de consumo para gerar recurso financeiro, parece fácil, mas é preciso muita coragem e compreensão da família para não fugir do objetivo traçado.

2- Aprender a identificar riscos e oportunidades no mercado (financeiro, imobiliário, etc..).

3- Investir com disciplina oriental, considerando que o dinheiro investido é apenas uma ferramenta para se atingir o objetivo maior.

4- Ser paciente porque o retorno demora alguns anos, deve ser focado sempre o longo prazo, não existem atalhos.

5- Manter o barco na rota á qualquer custo, e isso significa gastar menos do que se ganha SEMPRE, e muitas vezes dizer NÃO.

Acho que é mais ou menos isso.

Desejo que todos um dia atinjam a sua independência financeira, e no mais breve tempo possível, é por isso que estamos aqui.

E como conseqüência, a gente ainda consegue fazer deste país que tanto amamos (apesar dos políticos corruptos),uma grande nação de prosperidade e oportunidades para nosso povo pela criação das
riquezas em nossas empresas.

Abraços á todos
Dona Zebra

 

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Ação&Reação - Investimentos

Vivo menos "de trade" e mais de "não trade"! Mas foi pura sorte.

Seis anos atrás, com anos de mercado e breve passagem por banco de investimento, já não acreditava que seria possível viver de investimentos. Aí descobri Graham e Buffet.

Às vezes tento imaginar minha vida se tivesse descoberto os dois 30 anos antes. Será que todo mundo tem que passar por esse processo de experimentação? Acho que não.

Primeiro, é necessário entender o poder de juros sobre juros, ou retornos sobre retornos.

Segundo, é necessário entender a essência de value investing. É o seguinte: reconhecer que o mercado é um cosmo de forças praticamente impossível de prever.

Para manipulá-lo nossa única esperança é concentrar em uma pequena parte que é um pouco menos imprevisível que o resto, e onde as forças apontam na direção desejada e sofrem pouca interferência - e então nos cercam de fortíssima blindagem. Mas não podemos esquecer que a força
dominante é a gravidade.

Precisamos de consistência de desempenho, rentabilidade, baixo endividamento e grande margem de segurança. E precisamos acreditar que a gravidade que manda no mercado, pelo menos no longo prazo, é a
geração de riqueza. Ganho de capital e dividendos dependem do lucro (e do desconto inicial).

Terceiro, é necessário capital. A grande maioria dos investidores precisa de outra fonte de renda para pagar as despesas do dia a dia enquanto o bolo crescer.

Se tiver sorte, um investidor, sem família, que domina as técnicas de value investing, que dispõe de R$50.000 e possui outra fonte de renda para pagar as despesas, poderá atingir a independência financeira
(R$300.000?) em 10 anos.

Roger Maudsley (Ação&Reação)

 

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Pedro HD - Clube de Investimentos:

Amigos,

Tentando ajudar, o Clube de Investimentos é um CNPJ como outro qualquer, cujos donos desse CNPJ são os cotistas na proporção de cotas que possuírem. O CNPJ Clube é ISENTO de IMPOSTO (IR, CPMF,
IOC, etc...). Quem não é isento é o CPF (cotista) que é tributado apenas no momento do resgate sobre o ganho nominal.

A vantagem na questão do imposto são duas:

1) A oportunidade de se reinvestir todo o lucro
Exemplo:
a) Clube:
Compra Bradesco por 10 e Vende a 11. Reaplica os 11.

b) Pessoa Física
Compra Braseco por 10 e Vende a 11. Paga 0,15 de IR. Reaplica os 10,85. *É claro que pode haver compensação de prejuízos, etc...

2) O Clube não paga IR na parte alocada em Renda Fixa, limitada em 33% do Patrimônio, pois senão a tributação do clube passa a ser semestral também.
Um exemplo dessa vantagem, é se consideramos, por exemplo, que a parte alocada em renda variável se desvalorizou e a em renda fixa subiu de forma que a cota se manteve constante. Nesse caso se
houvesse um resgate o cotista não pagaria IR. Na pessoa física o IR da Renda fixa já teria sido pago, mesmo havendo o prejuízo na Renda Variável.

Além disso existe a facilidade já mencionada pela Izabella do IR ser retido na fonte pela administradora do clube, eliminando a encheção de saco de ter de se calcular e pagar o IR mensalmente.

Outra "vantagem" é que ao se juntar em um mesmo veículos de investimento o recursos de vários investidores facilita a montagem de posições, aumenta o poder de barganha em relação às cias
investidas e permite diversificar melhor a carteira reduzindo o risco.

Observações:

1) Existe um limite mínimo de 3 cotistas e máximo de 150.

2) Nenhum cotista pode ter mais de 40% das cotas.

3) Apenas Pessoa Física pode aplicar em clube de investimento.
Pessoa Jurídica não.

4) Os dividendos PODEM ser distribuídos diretamente aos cotistas, na proporção de cotas é claro, ou serem incorporados ao Patrimônio. Depende do que estiver no estatuto.

5) Os juros PODEM ser distribuídos diretamente aos cotistas, na proporção de cotas é claro, havendo, nesse caso retenção do IR, ou serem incorporados ao Patrimônio, não havendo retenção do IR.
Depende do que estiver no estatuto.

Outras informações:
1) O que rege o clube de investimentos é seu estatuto e a última instância de decisão é a assembléia geral dos cotistas que tem poderes para trocar o administrador, gestor, etc...

2) Obrigatoriamente o clube tem de ter um ADMINISTRADOR, que é o responsável jurídico pelo Clube. Este ADMINISTRADOR TEM de ser uma instituição financeira, ou seja, uma Corretora ou um Banco. Asset
não vale. A responsabilidade do ADMINISTRADOR é cuidar do Back-Oficce do clube, ou seja, calcular a cota, pagar IR do resgate,fornecer e manter a documentação para cadastro dos cotistas, etc...
É por isso que as corretoras cobram por esse serviço. Existem dois tipos de cobrança: Um valor fixo por mês ou um percentual do patrimônio ao ano. Aí depende da corretora, depende do volume,
depende do relacionamento, etc...

3) Isso não tem nada a ver com a corretagem. A corretagem é igual a de pessoa física, podendo-se negociar devolução, cadastrar no VIPTRADE e pagar R$ 6,00, etc...

4) A custódia geralmente é CBLC.

5) Existe a figura do GESTOR da carteira, que define aonde, como e quando o dinheiro será alocado, e pode ser a Entidade ADMINISTRADORA e/ou um representante do clube (um dos cotistas) que nesse caso NÂO
pode ser remunerado. Além disso, pode ser também uma empresa autorizada pela CVM a prestar o serviço de gestão de carteiras (as famosas Asset Manegements), que cobra por este serviço.
Ou seja, o gestor para ser remunerado tem de ter autorização da CVM (Instrução 306).

6) Funciona igualzinho a um fundo de investimento. São 3 CNPJs que não se confundem. O do Clube, o do Administrador e o do Gestor Autorizado. Se o administrador ou o gestor falir não acontece nada
com o dinheiro do cotista, não havendo má-fé é claro.

Opinião Pessoal:
Se vc é uma pessoa que NÃO está disposta a delegar ou compartilhar a com outros a gestão de sua carteira é melhor continuar a investir no próprio CPF, ou montar um clube apenas com familiares, tipo marido,
esposa e filhos, para usufruir dos benefícios fiscais.

Carteira com mais de uma equipe definida mandando não funciona. E estes tem de ter autoridade e responsabilidade e receber para isso.

Espero ter ajudado,

Abraços,

Pedro_HD
 

Autor:Josias

Assunto:Se me permitem o pitaco...

Thu, Jan 13 2005 at 1:16 pm

[

Mensagem:

...desta vez sou obrigado a concordar (pelo menos em parte) com nosso colega Grafista. Não tenho dúvidas que as ferramentas mais eficientes da AT são as famosas LT's associadas as expansões/retrações de Fibonacci.

Outros indicadores e técnicas como os candles (arghhh...) me parecem como marretas para martelar taxinhas. Dispende-se tempo e recursos enormes para proporcionar resultados, na melhor das hipóteses, apenas regulares.

Mas mesmo estas ferramentas (LT's + Fibonacci) são bem menos eficientes, a médio e longo prazo, do que simplesmente identificar o valor do negócio e comprá-lo a um bom preço mantendo-o em carteira por prazo mais longo.

Não se trata de criticar o técnico, mas de conhecer o estilo de jogo de cada jogador e aplicá-lo dentro de campo.

Um exemplo clássico disto (já que estamos falando de futebol) foi a dupla de área brasileira em 94. Tínhamos um atacante que corria pra cacete, marcava razoavelmente, construía jogadas e, às vezes, marcava um golzinho fazendo gestos de quem segura um bebê...

No entanto, o outro avante que não fazia nada disso. Não corria, não marcava, reclamava e criava caso. Porém, este cidadão se posicionava no lugar onde a bola chegaria. Resultado: fez mais gols e levou a fama de ter ganho a Copa.

Penso que esta é uma boa ilustração. A análise técnica vai te obrigar a correr o campo todo, marcar o adversário e suar a camisa. É claro que o resultado será positivo.

Ao passo que nós preferimos nos posicionar bem dentro da grande área para fazer o que realmente interessa no jogo: o gol.

PS.: Desculpe o tempo longo para escrever. É que, como todo investidor em valor, somos naturalmente lerdos para nos movimentar.

Mazza - Fórum Graham
 

Bom Dia,

Gostaria de agradecer aos forenses pelos elogios a análise. Fiquei realmente surpreso. 

Aproveitando a oportunidade, eu gostaria de expor algumas palavras para os amigos, dividir uma experiência da minha vida de investidor que considero relevante! 

Estou mais pra me afastar deste mundo de investimentos do que pra me afundar nele. Claro que não pretendo deixar o fórum Graham, este nosso espaço é o único que procuro ler com freqüência pois é de fato
um oásis no meio do deserto. 

Como vcs sabem, depois que eu lí o livro do Décio eu definitivamente desisti de AT, de ler notícias de jornais sobre investimento,consultar corretoras, etc...Tenho a impressão que 'a ficha caiu' pra
muita coisa que eu havia aprendido aqui com vcs e com o livro do Graham. O livro do Buffet (Ensaios) então, veio sacramentar e colocar uma pedra sobre hábitos errados que eu tinha. 

Análise de investimentos é simples, não há necessidade de ficar lendo notícias todo dia e olhando gráficos, pelo contrário, isso atrapalha e ainda pior, 'escraviza' e nos remete a 'especulação'. Nos
investimentos o bom-senso é muito importante e para que consigamos explorá-lo é preciso manter o equilíbrio, conseguir identificar o sentimento de ganância e vencê-lo. Para o pequeno investidor, não há
competição. O importante é garantir o capital e uma boa rentabilidade. Vc não precisa ser o melhor do mercado, apenas ter um bom rendimento acima da RF. E para isso basta o método KISS e AF. O
importante é analisar a empresa com cuidado uma vez e depois o trabalho de acompanhamento é muito simples, semestral, talvez até anual.
 

Fico realmente triste ao ver em alguns fóruns exemplos claros de obsessão pelo mundo dos investimentos. Pessoas que deixam de viver para ficar especulando na bolsa, consumindo seu corpo e seu espírito
com sentimentos alternados de medo e ganância que não agregam valor a vida e levam para o túmulo mais cedo. Realmente fico triste e preocupado quando o vírus capitalista toma conta de um colega. 

É preciso ser inteligente na administração do dinheiro e dominá-lo, sem se deixar dominar por ele. Dinheiro é apenas uma necessidade mundana. Depois que formos embora daqui isso não terá mais qualquer
valor. Então não vamos nos dedicar exclusivamente a isso, vamos viver o que a vida tem de melhor, vamos somar méritos verdadeiros, dar amor a nossa família, aos nossos amigos, vamos tocar algum instrumento
musical, ir a um show de Rock, de Blues, jantar com os amigos, dar risada, contar piada, falar bobagem...a maior riqueza que podemos deixar de herança é o nosso amor, não o nosso dinheiro. 

Vamos fazer uma reflexão sincera e nos perguntar: quanto de dinheiro eu preciso de fato para suprir as minhas necessidades? Descobrir este sutil limite entre a obsessão e a necessidade real me parece de
crucial importância para uma vida construtiva e gratificante. Admito envergonhado, que quando me fiz esta pergunta a resposta não foi muito agradável. Eu de fato sentí que estava dando valor excessivo e
dedicando muito do meu tempo para o assunto. E quer queira quer não, se eu estava me dedicando demais a este tópico, inevitavelmente estava deixando a desejar em muitos outros, de mais valor. 

Me desculpem os amigos, mas eu precisava expor este meu sentimento pois não quero ver nenhum de vcs respondendo esta pergunta como eu havia respondido. Espero sinceramente que todos prosperem em seus
investimentos financeiros, mas quero mesmo é que todos tenham muito mais sucesso em seus investimentos amorosos, familiares e profissionais. 

Tenham todos um ótimo dia! Um abraço bem grande do amigo...

Mazza

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Thomaz- Poema em linha reta.
O hit-parade "Choro e Euforia na WEGE" que, ultimamente, vem movimentando as emoções da nossa tribo de caçadores de investimentos, traz na enxurrada de mensagens (onde não faltam auto-
gozações, humor e ironias), além de uma catarse coletiva, uma bela aula, quase um tratado, sobre as dificuldades e os dilemas enfrentados pelos investidores, mesmo aqueles mais preparados ou
mais veteranos.

Pessoalmente, tudo soa para mim como uma espécie de alerta, advertindo-me que experiência e bons conhecimentos na análise de empresas nem sempre são recompensadas à altura do merecimento dos aplicadores. E que sorte, é claro, também não faz mal, mas também
não é tudo. Não fosse assim, como poderia eu sobreviver após quase 8 anos de Bolsa? Seria sorte em demasia.

Minha sorte: comecei a aplicar em 1999, graças à Internet que alcançara o interior da Bahia. Nem me lembro como, mas cheguei ao Benjamin Graham graças ao Ação e Reação do excelente Roger. Assim,
com um ano, este ignorante tinha uma sortida carteira de aplicações equivalentes em Bardella, Brasil Realty, Embraco, Ericsson, Taurus, Fosfertil, Cimento Itaú, Pirelli, Petenatti, Souza Cruz, Teka, Wege, Gerdau e Magnesita. (Destas, hoje, tenho apenas as 3 últimas).

Em 2002, ao encerrar minhas atividades como produtor de leite e gado de corte, conservei apenas uma roça para lazer onde plantei umas quadras de eucalipto. Agora, com mais tempo para fazer besteiras e ficar reparando na Bolsa, tenho 14 papeis numa carteira concentrada 80% em ALPA, BGIP, GOAU, ITSA e WEGE. Minha relação de aplicações RF/RV varia entre 20 a 30%.

Junto aqui a minha lamentação solidária aos sem-WEGE, pois vendi um terço das minhas WEGE em 2003, quando vi o preço quadruplicar em 4 anos! Papel bom demais também faz chorar... Porém, no todo, mais por força da minha inércia ao movimentar a carteira (média de umas 6 operações por ano, acho), venho conseguindo na média (valorização + proventos) acima de 35% ao ano sobre o investimento. Nada mau para um aloprado que vinha perdendo $$ e aturando secas, estresse, preços
em queda, insumos caríssimos, ameaças de invasão, etc.

Não seria demais ressaltar neste fórum (ao contrário das vaidades que se vêem auto-proclamadas em muitos sites da Internet) que é ótimo verificar que todos são humanos e imperfeitos: ninguém se
arvora campeão invicto... Parabéns ao SER e colaboradores mais próximos, pelo trabalho e pela cordialidade que une o grupo. Peço licença para relembrar aqui uns versos colhidos em Fernando Pessoa, como uma homenagem aos grahamistas do fórum.

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
.............
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
...................
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
......................
Abraços
Thomaz
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Rodrigo,

 

Lhe farei um comentário em cima de algo que li há muuuito tempo no já cansado de guerra "Pai Rico, Pai Pobre" do Kyosaki: O autor dizia que, ao haver perguntado ao seu pai rico "como faria para conseguir viver do fluxo de caixa dos seus ativos sem precisar de um emprego", recebeu a seguinte resposta: - Procure um emprego! O que você apreende dessa informação? Simples: você é MUITO jovem. Em um primeiro momento, sua renda virá mesmo do trabalho e nesse momento investir em sua formação vale mais do que ganhar trocados na bolsa.

 

 A diferença sua para os demais empregados da sua idade será outra. Ela se mostrará na EDUCAÇÃO FINANCEIRA. Nesse aspecto, o seu zelo, superior ao dos demais de sua idade, fica claro pela sua presença aqui. Então tenha calma. Invista sempre uma parcela do que receber, mas o faça SEMPRE. Se prive de luxos, mas mantenha a carteira de investimentos e aperfeiçoe sempre seus conhecimentos financeiros. Eu já passei por situação similar à sua antes do ingresso no mercado de trabalho e logo após também. Sei que, entre os colegas do fórum, há aqueles que já se encontram em situação muito privilegiada e aqueles que ainda estão no começo, mas isso é natural e não deve causar frustração nem sensação de impotência aos mais jovens, mas sim estímulo.

 

 Desfrute da possibilidade de aprender como pensam e as dificuldades que encontram aqueles que já têm mais tempo do que você. Ao mesmo tempo, acompanhe o pessoal, invista pouco se for o que estiver ao seu alcance, mas o faça sempre. Quando menos notar, dez anos passarão voando, e você perceberá então uma grande diferença para aqueles que não tiveram igual educação financeira. Sua situação será outra e você terá então novas dificuldades: escolhas a fazer. Olhará para trás então e entenderá que o esforço terá valido à pena. No fim (ou quem sabe até no meio) não dependerá mais do emprego para ter um bom padrão de vida. Quanto à empresa, eu também acho que assumir um endividamento bancário para partir do zero em um negócio só valeria a pena em dois casos: a) lançamento de algo novo no mercado que prometa ser um verdadeiro e estrondoso sucesso. Bill Gates fez isso; b) para desenvolver uma atividade que prometa excelentes margens e que tenha gente com expertise no meio. Se não vislumbrar uma dessas hipóteses, fica mais fácil ser sócio da família Gerdau, família Setúbal, família... ... e de muitos do Grupo Grahan, rs! Nosso caminho é o da perseverança.

 

Sds, S. Garcia